Doc’s Kingdom will be back in Odemira from 19 to 23 November 2024, with a programme of screenings, debates, installations, sound performances and collective meals.
Under the title “Ways of Listening”, this year’s programme, curated by Stoffel Debuysere, aims to counter the traditional focus on visuality by developing critical perspectives on documentary from the point of view of sound. In order to imagine and discuss the political and ethical possibilities and implications of the sonic, Doc’s Kingdom will be deployed as a space for collective study that insists on more than meets the eye; a space for viewing and re-viewing cinema in the key of listening.
>> All information about the registration, fees, accommodation, and more details on this link.
Programação
Stoffel Debuysere
Coordenação de programas e parcerias
Catarina Boieiro
Direção de Produção
Stella Zimmerman
Assistente de Produção
Bianca Dias
Identidade Visual
Ana Bahia
Alexander Gerner
Baviera, 1970. Vive em Lisboa há cinco anos, mas trabalha entre a Alemanha, Portugal e Noruega. É autor e encenador de vários projectos que combinam teatro com vídeo e documentário. Entre os seus mais recentes trabalhos estão Fiel Amigo — A Friend That Can Be Trusted, espectáculo que documenta histórias de amizades e serve ao público uma sopa de bacalhau, e What Keeps You Awake, baseado em relatos de insónias.
André Gil Mata
Nascido em 1978, em São João da Madeira, estudou matemática e trabalhou em fotografia e teatro antes de iniciar a sua carreira como realizador. Desde 2001 e até 2008 colaborou com o Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira como curador. Fundou o laboratório independente de fotografia e cinema Átomo 47. Foi também fundador da produtora Bando À Parte. A sua estreia na realização, a curta-metragem Arca d'Água (2009), foi exibida em vários festivais intercionais tendo arrecadado vários prémios. Em 2010, foi seleccionado para o Campus de Talentos da Berlinale. casa (2010), a sua segunda curta-metragem, foi exibida no Indie Lisboa e no Festival de Cienma Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira. Cativeiro (2012), a sua primeira longa documental, foi premiada no DocLisboa, recebendo ainda o prémio DocAlliance. O Coveiro (2013), a sua terceira curta-metragem, recebeu o prémio Mèlies d'Argent. Como me Apaixonei por Eva Ras (2016), a sua primeira longa-metragem de ficção, teve estreia no Fid Marseille, onde recebeu uma Menção Especial do Júri da Competição Internacional, e foi exibida em inúmeros festivais, entre os quais a Viennale, Mar del Plata, Roterdão, Jeonju e o festival First Look do Museu da Imagem em Movimento em Nova Iorque. Em 2017, a sua curta-metragem Num Globo de Neve foi premiada no festival Indie Lisboa. O seu mais recente filme, Árvore (2018), teve a sua estreia mundial na 68ª Berlinale, na secção Fórum.
André Príncipe
André Príncipe, Porto, 1976. Estudou Psicologia e Cinema, área de montagem na ESTC. Exposições Individuais no Centro Português de Fotografia, Encontros de Imagem de Braga, Galeria Fernando Santos e Silo e colectivas em Londres, Madrid, Barcelona, Paris, Rio de Janeiro, Viena, etc. Tem cinco livros publicados: 'Tunnels' (2005), 'Master and Everyone' (2009), 'I thought you knew where all of the elephants lie down' (2010), 'Perfume do Boi' (2012) e 'Smell of Tiger precedes Tiger' (2012). É fundador e editor da Pierre von Kleist editions. Realizou curtas-metragens e longas-metragens, entre elas Before the Ghost House e Traces of a Diary (co-realização de Marco Martins), com Nobuyoshi Araki e Daido Moriyama, e com presença em vários festivais internacionais como Indie Lisboa, New Horizons Wroclaw, Rio de Janeiro, Gotemburgo, Bedford, Silverdocs Washington e Documenta Madrid, onde ganhou o prémio honorário do Júri. O seu último filme, Campo de Flamingos sem flamingos, estreou no Indie Lisboa em 2013.
Andrijana Stojkovic
Andrijana Stojkovic captura gestos simples do quotidiano com uma precisão absoluta. A obra da realizadora sérvia, breve, por enquanto, oferece observações livres de diálogo sobre espaços tornados casa e a passagem do tempo nesses lugares interiores.
Aurélien Gerbault
Aurélien Gerbault nasceu em 1975. Depois de estudos em História de Arte e Cinema, dirigiu cursos de iniciação ao cinema numa organização sem fins lucrativos. Interessou-se na escrita e realização de documentários, tendo feito uma formação profissional em 16mm. O seu encontro com Pedro Costa e a originalidade da sua abordagem cinematográfica, inspiraram-no a escrever Tout refleurit, no qual trabalha desde 2003.
Ben Rivers
Ben Rivers estudou Belas Artes na escola de arte de Falmouth, interessando-se inicialmente por esculptura e só mais tarde por fotografia e filme analógico super8. Depois de terminar a sua licenciatura, continuou os estudos de forma autodidacta, aprendendo a filmar em 16mm e a revelar manualmente. O seu trabalho como cineasta anda na fronteira entre o documentário e a ficção. Em muitos casos, acompanha e filma pessoas que se separaram de alguma forma da sociedade, partindo desse material bruto para criar narrativas oblíquas e imaginar existências alternativas em mundos paralelos. O seu trabalho foi reconhecido com vários prémios incluindo o prémio internacional da crítica FIPRESCI no 68º Festival de Veneza, pela sua primeira longa-metragem Two Years at Sea; o prémio inaugural Robert Gardner, em 2012; o prémio de arte Baloise, na Art Basel 42, em 2011; sendo por duas vezes nomeado para o Jarman Award, em 2010 e 2012; e o prémio da Fundação Paul Hamlyn para artistas, em 2010. As suas exposições mais recentes incluem: Slow Action, Hepworth Wakefield, 2012; Sack Barrow, Hayward Gallery, London, 2011; Slow Action, Matt’s Gallery, London and Gallery TPW, Toronto, 2011; A World Rattled of Habit, A Foundation, Liverpool, 2009. Retrospectivas do seu trabalho foram incluídas nos programas de festivais como Courtisane, Pesaro International Film Festival, London Film Festival, Tirana Film Festival, Punto de Vista, Indie Lisboa e Milan Film Festival. Em 1996 co-fundou a Cinemateca de Brighton, onde foi também co-programador, até ao seu encerramento em 2006. Continua a programar erraticamente.
Ben Russell
Ben Russell (1976, EUA) é um artista itinerante e curador cujos filmes, instalações e performances promovem um profundo envolvimento com a história e a semiótica da imagem em movimento. As suas investigações formais das relações históricas e conceptuais entre os primóridos do cinema, a antropologia visual e o cinema estruturalista resultam em experiências imersivas, simultaneamente interessadas no ritual, no espectador comum e na busca de uma "etnografia psicadélica". Russell já mostrou os seus filmes e apresentou exposições com o seu trabalho no Centro Georges Pompidou, no Museu de Arte Contenporânea de Chicago, no Festival de Cinema de Roterdão, no Wexner Centro de Artes, na Viennale e no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Foi bolseiro Guggenheim em 2008, e recipiente do prémio FIPRESCI em 2010, pela sua longa-metragem Let Each One Go Where He May. Ben trabalhou ainda na série de projeções Lanterna Mágica, em Providence, Rhode Island, foi co-director do espaço BEN RUSSELL, dirigido por artistas em Chicago, viajou em digressões mundiais com programas de filme/vídeo/performance, e fez parte de um trio de música com duas baterias chamado Beast.
Carlos Barroco e Margarida Cardoso
Cesar Paes e Marie Clémence Paes
A música e a partilha oral são pontos de partida para o trabalho de Marie-Clémance Paes e Cesar Paes, cujos filmes exploram temas sócio-políticos através de formas que elevam a presence e o discurso com o objectivo de consciencializar sobre a realidade em questão.
Cynthia Beatt
Nasceu na Jamaica. Viveu aí e depois nas Ilhas Fiji, até aos vinte anos. Estudou art no Reino Unido. Fez parte da cena experimental minimalista de Londres dos anos 70. Mudou-se para Berlin em 1976. Colaborou com o Arsenal e com o Fórum Internacional de Cinema. Trabalha como realizadora, argumentista, curadora e tradutora.
Daniel Mann
Daniel Mann (1983) nasceu nos EUA e frequentou a Escola de Cinema da Universidade de Tel Aviv. Está actualmente a concluir a sua tese de doutoramento na Goldsmiths - University of London sobre imagens de guerra e a integração do audiovisual em conflitos armados. Com profundo conhecimento sobre a realidade e o conflito israelo-palestiniano, os filmes e escritos de Mann procuram redefinir a política das imagens por meio de um emaranhado de representações, usuários, práticas dos media e operações de automatização de dados. Investigando a noção de hábito, tanto visual como conceptualmente, o seu trabalho gira em torno da implantação e da incorporação de tecnologias de comunicação em zonas de conflito. As imagens produzidas por práticas quotidianas e sua (re)apropriação política está no cerne de sua investigação geral. Mann fez filmes em colaboração com Sasha Litvintseva, Sirah Foighel Brutmann e Eitan Efrat. Colaborou também com o grupo Forensic Architecture, na investigação do assassinato de Yaqub al-Qi’an em Umm el-Hiran (Israel), 2017.
Daniel-Emmanuel Thorbecke
Danielle Arbid
Danielle Arbid, natural do Líbano, deixa o país durante a guerra civil, em 1987, partindo para Paris para estudar literatura e, mais tarde, jornalismo. Trabalha vários anos como jornalista, com foco sobre o território Árabe. A partir de 1997, dedica-se ao cinema com a realização das curtas-metragens de ficção Raddem e Le Passeur.
David MacDougall
David MacDougall (cuja obra foi em grande parte co-realizada com a sua mulher Judith) é um dos nomes maiores da prática e da teoria do «filme etnográfico» e da «antropologia visual» ao longo das últimas décadas. Nascidos e formados nos E.U.A., os MacDougall radicaram-se na Austrália em 1975. Dos finais dos anos 60 aos finais dos anos 80, a sua obra inclui essencialmente títulos realizados com povos semi-nómadas africanos – como os Jie do Uganda ou os Turkana do Quénia – e com os aborígenes australianos. A partir daí, as suas atenções voltam-se para a Índia, onde co-realizam uma obra sobre os fotógrafos duma localidade turística (em 1988/1991) e onde, já a «solo», David vem depois a abordar extensamente o quotidiano dum famoso colégio interno masculino (a Doon School, onde realizou cinco títulos, apresentados de 2000 a 2004). Entre uma coisa e outra, e também a «solo», ele assina ainda uma obra sobre uma pequena comunidade de pastores da Sardenha. Logo na sua área de partida – e, dir-se-ia, contra os próprios limites da expressão «antropologia visual» – esta é uma obra decisiva ao nível da inclusão da palavra, podendo lembrar-se, só a título de exemplo, as suas inovações no registo da expressão verbal indígena, em que as habituais traduções ou sintetizações sobrepostas foram erradicadas em prol da legendagem. David MacDougall tem extensa obra de ensaísta e é autor de dois livros de referência («Transcultural Cinema» e «The Corporeal Image: Film, Ethnography and the Senses»).
Deborah Stratman
Deborah Stratman (nascida em 1967) é uma artista e cineasta residente em Chicago que explora paisagens e sistemas numa obra que abrange vários formatos, incluindo filmes, escultura pública, fotografia, desenho e áudio. Stratman voltou-se para a arte e para o cinema após uma primeira tentativa nas ciências e, até hoje, o seu trabalho cinematográfico é marcado pelo interesse pela astrofísica, zoologia, física e acústica. Muito de seu trabalho evidencia as relações entre ambientes físicos e lutas humanas por poder e controlo.
Elizabeth A. Povinelli (Karrabing Film Collective)
Fernando Matos Silva
Depois de frequentar a London School of Film Technique, como bolseiro do Fundo do Cinema Nacional, Fernando Matos Silva é professor no Curso de Cinema do Exército, e realizador militar entre 1969 e 1970. A sua longa-metragem 'O Mal Amado' é o último filme português a ser censurado pelo Estado Novo e o primeiro a estrear após o fim da ditadura. Esta carga simbólica, que parece ser adivinhada pelo próprio filme, acompanha subtilmente os restantes. A par da realização, participa como argumentista, produtor e montador em várias produções nacionais, colaborando com realizadores como Fernando Lopes e Paulo Rocha.
Forensic Architecture
Forensic Architecture (FA) é um grupo de pesquisa interdisciplinar sediado no Centre for Research Architecture, Goldsmiths College - University of London. Fundada e dirigida pelo arquiteto Eyal Weizman em 2010, a equipa de FA conta com arquitectos, académicos, artistas, cineastas, criadores de software, jornalistas de investigação, arqueólogos, advogados e cientistas. Junto com diferentes organizações parceiras, FA investiga as ações tomadas por estados e empresas, oferecendo as suas análises a organizações da sociedade civil, ONGs, grupos activistas e promotores, que as têm apresentado em vários fóruns jurídicos e políticos. O grupo usa avançadas técnicas de arquitectura e de media para investigar conflitos armados e destruição ambiental, bem como para cruzar referências de uma variedade de provas, como novos media, sensoriamento remoto, análise de materiais e depoimentos de testemunhas. As investigações podem assumir diferentes formas, como arquivos de evidências, modelos, desenhos, mapas, cartografias interactivas online, filmes e animações. O objectivo é trazer novas sensibilidades materiais e estéticas para lidar com as implicações jurídicas e políticas da violência estatal, do conflito armado e da mudança climática. Em vez de se limitarem à apresentação no domínio jurídico, procuram actuar numa multiplicidade de fóruns, políticos e jurídicos, institucionais e informais. Nos últimos anos, além de gerar um grande debate na área de direitos humanos, arquitectura e direito, a FA participou também com exposições em importantes instituições culturais e artísticas. Em 2018, foram selecionados para o Prémio Turner.
Francisco Melo de Magalhães
Frederick Wiseman
Nasceu em Boston, em 1930. Realizou o seu primeiro filme, Titicut Follies, sobre uma instituição psiquiátrica para reclusos, em 1967, no auge do cinema directo. Em 30 anos de carreira cinematográfica, realizou cerca de um filme por ano, explorando instituições americanas.
Giuseppe Morandi
Piadena, 1937. Nascido numa família de camponeses, interessa-se muito cedo pela industrialização do mundo rural e pelos últimos traços da cultura camponesa. Tem um percurso de fotógrafo com várias exposições e publicações que retratam a sua terra natal. Em paralelo, realizou cerca de quinze documentários sobre o mesmo tema. Tem em preparação um novo filme intitulado La Bassa Padana.
Gonçalo Tocha
Gonçalo Tocha, licenciado e pós-graduado em Língua e Cultura Portuguesa, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa é também músico, compositor e membro fundador do NuCiVo – Núcleo de Cinema e Vídeo da Associação de Estudantes da Faculdade de Letras. Colabora em diversos projectos de âmbito cultural na Universidade de Lisboa, nomeadamente organizando ciclos de cinema com a Reitoria (Divisão de Actividades Culturais e Imagem).
Graça Castanheira
Graça Castanheira nasce na Angola colonial, em 1962. Após o 25 de Abril, a família regressa a Portugal onde, em 1989, Graça termina a sua formação, na Escola Superior de Teatro e Cinema. Os seus filmes vão ao encontro de histórias além fronteiras com interrogações próprias e actuais.
Hannah Meszaros Martin
Hannah Meszaros Martin é doutoranda no Center for Research Architecture, Goldsmiths - University of London e membro da Forensic Architecture. Nos últimos cinco anos conduziu um projecto de pesquisa conduzido pela prática, sobre os efeitos da erradicação legalmente sancionada da planta da coca, por meio de fumigação aérea com o herbicida glifosato, no contexto do conflito armado colombiano e da guerra às drogas liderada pelos EUA . A sua pesquisa envolve a documentação da transformação político-legal que baniu a vida não-humana, e a análise de novos métodos de geração de imagens e produção de dados e o seu papel em políticas de erradicação.
Hiroatsu Suzuki e Rossana Torres
Hiroatsu Suzuku é um cineasta e artista visual autodidata. Desde cedo visitava regularmente o Museu de Kyoto e frequentava o clube de cinema local, onde viu muitos filmes clássicos japoneses e internacionais. Após algumas experiências em produções cinematográficas independentes, mudou-se para Okinawa, onde se interessou pela fotografia de paisagens rurais. Viajou para a Europa para desenvolver a sua prática visual e artística por meio da fotografia e visualização de filmes. Depois de ver alguns filmes portugueses, decidiu vir a Portugal e descobrir mais sobre o cinema português. Conheceu Rossana Torres e começou a rodar na região de Mértola, co-dirigindo o seu primeiro filme, Cordão Verde, que foi exibido em Locarno, Toronto, e na Viennale, entre outros festivais. Rossana Torres nasceu na Roménia, enquanto seus pais estavam em exílio político. Regressou a Portugal ainda criança para viver com os avós perto de Tondela, e mais tarde mudou-se para Lisboa para estudar artes visuais e cinema. Durante alguns anos, trabalhou em montagem com diversos cineastas portugueses. Em 1994, muda-se para Mértola, onde dá aulas de fotografia e vídeo e lidera workshops de cinema e animação para crianças e jovens. Nos últimos anos, tem colaborado com a associação Os Filhos de Lumière, no desenvolvimento e implementação de programas de educação artística através do cinema. Fundou a associação Entre Imagem para a produção de filmes e para projetos culturais e educacionais. Co-dirigiu três filmes com Hiroatsu Suzuki. Terra ganhou o Prémio de Melhor Filme Português, no Doclisboa’18.
Ian Soroka
Ian Soroka (nascido em 1987) trabalha sobre formatos de não-ficção em filme e video. Estudou cinema e filosofia na Universidade do Colorado, em Boulder, e em Praga, na FAMU, e fez um mestrado em Arte, Cultura e Tecnologia no MIT. Ian é recipiente da bolsa MacDowell Colony, recebeu o prémio Princess Grace Foundation-USA e é bolseiro da Fulbright na Eslovénia, onde foi investigador convidado do Arquivo Nacional de Filmes da Eslovénia e da Cinemateca. O seu trabalho foi exibido internacionalmente em festivais, galerias e museus, incluindo: DocLisboa, Art of The Real, Dok.Fest München, BelDocs, Rencontres Internationales e Kinoteka, Ljubljana. Ian é da região oeste do estado do Colorado e mora em São Francisco Bay area.
Inhabitants (a film by Adam Khalil, Zack Khalil, Jackson Polys)
James Benning
Os seus primeiros filmes fundiram investigações "estruturalistas" sobre as relações som-imagem de cineastas como Michael Snow e Hollis Frampton, com um interesse pela narrativa e uma profunda sensibilidade à cor, luz e paisagem. Captou a atenção do mundo do cinema de vanguarda com 8 1/2 x 11 e 11 x 14. Filmados em cores vivas nas paisagens rurais e urbanas do centro-oeste de onde é nativo, esses dois filmes viriam a estabelecer o núcleo das suas futuras investigações formais. As estruturas rigorosas dos seus filmes - geralmente baseadas em sistemas numéricos - e os planos primorosamente compostos, refletem a sua formação como matemático, e os temas frequentemente autobiográficos descobrem as suas raízes na classe trabalhadora (um assunto raro para filmes de vanguarda) e seu compromisso de longa data com o activismo político. Enquanto os seus primeiros filmes se preocupavam principalmente com forma e narrativa, a partir dos anos 80 o seu trabalho começou a apresentar temas pessoais e elementos documentais, e a involver, cada vez mais, temas da história, memória e morte. American Dreams, Landscape Suicide e Used Innocence fornecem vislumbres de mentes de criminosos violentos por meio das suas próprias palavras, e tornam-se ainda mais terríveis com a decisão de Benning, de colocar os crimes nos seus contextos históricos e políticos em vez de julgá-los. Depois de se mudar para a Califórnia, na década de 90, Benning iniciou, com o aclamado Deseret, uma série de documentários experimentais investigando os efeitos da história e da política no oeste americano. Compostos quase inteiramente por paisagens, estes filmes relembram as suas primeiras experiências formais com o tempo e com o fora de campo, e são considerados por muitos como sendo os seus melhores. A principal inovação da sua obra - o uso da narrativa para explorar as possibilidades formais do cinema - provou ter uma enorme influência sobre uma série de cineastas experimentais e independentes. Ecos do seu estilo e estética de composição surgiram em publicidades desde os anos 70, e são reconhecíveis no trabalho de realizadores como Jim Jarmusch, Chantal Akerman e Rob Tregenza.
Jean-Jacques Andrien
Depois de concluir os estudos em cinema no INSAS, em Bruxelas, Jean-Jacques Andrien dirigiu várias curtas-metragens, algumas delas exibidos no Festival de Cannes. A sua primeira longa-metragem, Le fils d’Amr est mort!, ganhou o Grande Prémio de Locarno, em 1975. O seu segundo filme, Le grand paysage d'Alexis Droeven (1981), um filme dramático e poético, com Nicole Garcia e Jerzy Radziwilowicz nos papéis principais, retrata um jovem agricultor numa encruzilhada. Jean-Jacques Andrien regressa às mesmas questões trinta anos depois, no seu documentário Il a plu sur le grand paysage (2012). Realizou também Mémoires, em 1984, e Australia, estreando Fanny Ardant e Jeremy Irons, em 1988. Desde então, tem vindo a trabalhar num projeto onde prepara o seu regresso à Austrália para filmar Le Silence d'Alexandre, junto da comunidade aborígine do deserto de Tanami . O cinema de Jean-Jacques Andrien é construído a partir de longos períodos de imersão nos lugares onde deseja filmar.
Jean-Marie Straub e Danièle Huillet
João Pedro Rodrigues
João Pedro Rodrigues é um cineasta e artista que vive em Lisboa, Portugal. Interrompeu os estudos de ornitologia para frequentar a Escola Superior de Teatro e Cinema, em Lisboa, onde se licenciou em 1989, antes de passar a trabalhar como assistente de realização e montador. O seu trabalho explora a sexualidade e o desejo humano em todas as suas formas, reflectindo a história multifacetada do cinema, dos géneros clássicos, ao documentário, e ao cinema experimental. Para além de várias curtas-metragens, escreveu e dirigiu cinco longas-metragens, incluíndo O Fantasma, que estreou na Competição Oficial do Festival de Cinema de Veneza, em 2000, causando um rebuliço nacional na Itália, quando o jornal oficial do Vaticano pediu a demissão do director do festival por ter escolhido o filme. Co-dirigiu também várias curtas-metragens e a longa-metragem The Last Time I Saw Macao (2012) com o seu colaborador artístico e parceiro de longa data, João Rui Guerra da Mata. O seu mais recente filme, O Ornitólogo, ganhou o Leopardo de Prata para Melhor Realizador no Festival de Locarno em 2016.
João Vladimiro
Licenciatura em Design Gráfico na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. De 1999 a 2012, integra a companhia Circolando e com eles corre 3 continentes com os espectáculos Caixa Insólita, Giroflé, Cavaterra, Charanga, Quarto Interior e Mansarda. Em 2006 realiza Pé na Terra, com o qual recebe o prémio de melhor realizador português de curta-metragem no 3º Indie Lisboa. Em 2007, realiza o documentário Jardim. Estreia no Doc Lisboa 2008 e passa por Festivais internacionais como FID Marseille e Mar de Plata. Em 2008, dá uma formação intensiva de um mês na área do documentário na ilha de S. Miguel, juntamente com Frederico Lobo e Tiago Hespanha. Com a coreógrafa Madalena Victorino, colabora como criador/intérprete nos espectáculos Vale e Flecha. Em 2013, acaba a sua segunda longa-metragem, Lacrau, estreada no 10º Indie Lisboa, com a qual ganha os prémios de Melhor Longa Metragem Portuguesa e Árvore da Vida, passando depois por vários festivais internacionais. Está de momento na montagem do documentário sobre a criação do espectáculo A Lã e a Neve, de Madalena Victorino.
Joaquim Pinto e Nuno Leonel
Joaquim Pinto nasceu em 1957. Após concluir a Escola Superior de Teatro e Cinema na área de som, é responsável pelo som de inúmeras longas metragens com realizadores como Manoel de Oliveira, Raul Ruiz e Werner Schroeter. Em 1986, realiza e produz a sua primeira longa metragem, Uma Pedra no Bolso, dando início a um ciclo de produção que começa com Recordações da Casa Amarela e termina com A Comédia de Deus, ambos de João César Monteiro. É casado com Nuno Leonel. Juntos realizaram diversos documentários e filmes de animação, e coordenam uma editora de livros e música.
Jodie Mack
Jodie Mack é uma realizador de animação experimental, com um mestrado em filme, vídeo e novas medias na School of the Art Institute of Chicago, concluído em 2007. Combinando as técnicas e estruturas formais da animação abstrata/absoluta com as dos géneros cinematográficos clássicos, os seus filmes artesanais usam a colagem para explorar a relação entre o cinema gráfico e a narrativa, a tensão entre forma e significado. Documentário musical ou arquivo estroboscópico: os seus filmes estudam materiais domésticos e reciclados para revelar os elementos compartilhados entre a abstração das belas artes e a produção em massa do design gráfico. As suas obras libertam a energia cinética de objetos esquecidos e desperdiçados e questionam o papel da decoração na vida quotidiana. Os filmes de 16 mm de Mack foram exibidos numa variedade de locais, incluindo o Festival de Cinema de Ann Arbor, o Festival Internacional de Cinema de Edimburgo, o Images Festival, a secção Projections no Festival de Cinema de Nova York e a Viennale. Apresentou programas solo no 25FPS Festival, na Anthology Film Archives, no BFI London Film Festival, no Harvard Film Archive, na National Gallery of Art, na REDCAT, no International Film Festival Rotterdam, na Shenzhen Independent Animation Biennale e no Wexner Center for the Arts, entre outros. O seu trabalho fez parte de publicações como a Artforum, a Cinema Scope, o New York Times e o Senses of Cinema. É professora associada de animação no Dartmouth College e bolseira do ano lectivo 2018/2019 no Centro de Estudos de Cinema da Universidade de Harvard.
Johann Lurf
Johann Lurf é um artista e cineasta que usa a imagem em movimento para analisar e re-estruturar o espaço e o cinema. A sua prática inclui filmes observacionais e documentais, sobretudo no campo do cinema estruturalista, numa aproximação à imagem de arquivo orientada pela própria linguagem fílmica. Nascido em 1982, em Viena, Johann Lurf estudou na Academia de Belas Artes de Viena e fez um semestre em Erasmus na Slade School of Art em Londres, em 2008. Formou-se na turma de cinema de Harun Farocki, em 2009. Recebeu a Bolsa do Estado Austríaco para Video and Media Art e participou nos programas Artist-in-Residence no MAK Center for Arts and Architecture em Los Angeles 2011, no SAIC Chicago 2015, e em Tóquio e Roterdão 2016, bem como em Israel, em 2019. No mesmo ano, recebeu a bolsa de estudos de Berlim da Akademie of Arts Berlin. O seu trabalho é reconhecido com prémios e exibido em inúmeras exposições, cinematecas e festivais.
Jumana Manna
Jumana Manna (1987) é uma artista palestiniana, a viver actualmente em Berlim. Trabalhando principalmente com escultura e cinema, a artista explora relações onde se articulam manifestações de poder. Os seus filmes tecem factos e ficções, materiais biográficos e de arquivo, para investigar narrativas nacionais e históricas. Fronteiras, distâncias e proximidades são temas igualmente importantes no trabalho de Manna - como uma palestiniana nascida nos Estados Unidos, criada em Jerusalém e com um percurso académico em Oslo e Los Angeles, a artista traz para o seu trabalho a sua experiência de deslocação e não-pertença. Em projectos recentes Manna investiga a forma como mecanismos de poder económico, político e interpessoal condicionam espaços arquitectónicos, bem como a vida humana e vegetal. Manna tem um interesse particular nas rasuras que acompanham várias práticas científicas modernas de preservação; os seus projetos desafiam as construções binárias de uma herança pura e imutável, por um lado, e a aceitação da inovação, por outro.
Kanerva Cederström
Nascida em Helsínquia, Finlândia, em 1949, Kanerva Cederström considera o documentário uma forma em crescimento, a caminho de encontrar uma verdade artística. Voltando-se para a literatura e para a memória como pontos de partida, as obras de Kanerva, tanto a solo como colaborativas, retratam frequentemente experiências particulares da passagem do tempo em relação com histórias políticas e pessoais.
Keja Ho Kramer
Keja Ho Kramer (1974, São Francisco), estudou artes plásticas, e é autora de várias obras de vídeo e exposições.
Kidlat Tahimik
Uma mistura sui generis de documentário, filme diário, autobiografia ficcionada, ensaio cinematográfico e etnografia, a estreia de Kidlat Tahimik em 1977, Perfumed Nightmare, tornou-se um clássico instantâneo, anunciando a chegada de um cineasta pioneiro. Tahimik é ainda assim um pioneiro incomum. A crítica afincada que o seu cinema faz às divisões entre ricos e pobres, capitalismo e comunidade, nações desenvolvidas e mundo em desenvolvimento, utiliza um humor suave, baseando-se em experiências do quotidiano e em brincadeiras infantis. Tecendo este material em olhares sábios e sinceros sobre a vida nas Filipinas, Tahimik revela de que forma o seu estatuto pós-colonial coloca o país no centro das preocupações contemporâneas sobre a recessão da tradição perante um mercado global dominado por um mercado aglutinador e uma tecnologia em constante crescimento. Há poucas pistas no percurso inicial de Tahimik a indicar a carreira que viria escolher. Nasceu Eric de Guia, em Baguio, em 1942, filho de um engenheiro e de uma mulher que viria a ser a primeira presidente municipal nas Filipinas. Depois de concluir o mestrado na escola de negócios da Wharton, trabalhou para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico em Paris, em 1968. Pouco inspirado pela investigação que aí foi chamado a fazer, deixou o emprego para ir vender lembranças turísticas nos Jogos Olímpicos de 1972 , em Munique. Depois, em vez de voltar para casa, juntou-se a uma comunidade de artistas em Munique e acabou por captar a atenção de Werner Herzog, que o inclui num pequeno papel no filme The Enigma of Kaspar Hauser (1974). Sob a tutela de Herzog, começou a fazer filmes e estreou Perfumed Nightmare no Festival de Cinema de Berlim de 1977. O filme viajou rapidamente pelo mundo, promovido nos Estados Unidos por Francis Ford Coppola e Susan Sontag. Desde então, Tahimik realizou uma série de documentários e uma longa-metragem de ficção, demonstrando sempre o seu amor pelos jogos de palavras, com tanto humor quanto sofisticação, e sua habilidade para misturar política e imaginação de maneiras surpreendentes e reveladoras.
Laura Huertas Millán
Laura Huertas Millán é uma artista e cineasta franco-colombiana. Graduada pela Beaux-Arts de Paris e Le Fresnoy, é doutorada em artes visuais com um projecto desenvolvido entre a PSL University (programa SACRe) e o Sensory Ethnography Lab (Harvard University). Os seus filmes Journey To A Land Otherwise Known (2012) e Aequador (2011) fizeram parte de uma série sobre o exotismo, onde história política, ecologia e ficção científica se entrelaçam. Estas obras foram exibidas principalmente em eventos e espaços de arte (Guggenheim NY, Videobrasil, Bienal de la Imagen en Movimiento, Centre Pompidou, Palais de Tokyo, FRONT Triennial…). Em 2012, iniciou uma série sobre 'ficções etnográficas', formas hifenizadas entre a antropologia visual e o documentário experimental. Sol Negro (2016), La Libertad (2016), Jeny303 (2018) e The Labyrinth (2018) são as obras principais desta série. Premiados no Festival de Cinema de Locarno, FIDMarseille, Doclisboa, Festival de Cinema Fronteira e MIDBO (Colômbia), estes filmes fizeram também parte das seleções oficiais do Festival de Cinema de Toronto, do Festival de Cinema de Nova York, do Cinéma du Réel, Torino, FICUNAM, La Habana, entre outros. O seu trabalho foi apresentado em programas especiais no TIFF Lightbox, no Flaherty Seminar, no ICA de Londres e no SAIC de Chicago.
Luciana Fina e Olga Ramos
Luisa Homem
Luisa Homem, Lisboa, 1978. Frequentou o curso de Ciências da Comunicação, variante Cinema, da Universidade Nova de Lisboa. Foi bolseira Erasmus e frequentou o curso de cinema da Universidade Paris 8. Colaborou com o Laboratório de Criação Cinematográfica da Nova. Frequentou os Ateliers Varan no Programa Criatividade e Criação Artística da Fundação Calouste Gulbenkian. É sócia fundadora da produtora Terratreme Filmes. Realizou com o Pedro Pinho o laboratório de cinema Nomadlab em Maputo, em parceria com o Dockanema. É responsável pelo laboratório de vídeo II, no Ar.Co. Realizou recentemente uma residência artística na Casa da Imagem, em Gaia. Trabalha actualmente como realizadora, montadora e produtora. Realizou vários filmes documentais, de que se destacam Retratos (Fórum Gulbenkian Imigração) e As cidades e as trocas (co-realização Pedro Pinho), bem como séries documentais de televisão, como No trilhos dos Naturalistas: São Tomé e Príncipe (co-realização Tiago Hespanha) e Um dia no Museu (série de 13 episódios para RTP2, CRIM). Trabalha regularmente como montadora, destacando-se os filmes Bab Sebta de Frederico Lobo e Pedro Pinho, retrato de inverno de uma paisagem ardida de Inês Sapeta, Visita Guiada de Tiago Hespanha, Lacrau de João Vladimiro e Um fim do mundo de Pedro Pinho.
Madalena Miranda, Miguel Coelho, Susana Marques e Rita Forjaz
Maria Augusta Ramos
Maria Augusta Ramos nasceu após o golpe militar no Brasil, em 1964. Desde o seu primeiro documentário, Ramos tem tentado sistematicamente retratar e perscrutar as instituições brasileiras, nomeadamente o sistema judicial e penal do país - incluíndo os seus tribunais, forças policiais e casas de detenção. Trabalhando dentro de uma tradição cinematográfica observacional e não intervencionista, Ramos recusa entrevistas, narração ou outras contribuições editoriais. À margem de uma certa tendência do cinema brasileiro, de explorar e espectacularizar questões relacionadas com a violência urbana e a criminalidade, Ramos faz uma abordagem pelo interior, perseguindo o que chama de 'Teatro da Justiça'. Ao fazer isso, a semelhança espacial entre tribunais e palcos não é ignorada pela cineasta, nem os aspectos performativos de juízes e promotores. A sua preferência por espaços internos - embora não seja uma regra - também pode estar relacionada com a importância que a cineasta - ex-aluna de musicologia e música eletroacústica - dá à composição formal.
Mariana Caló e Francisco Queimadela
Maya Rosa
Nasceu em 1976. Absence (2001), Une Autre Vie (2001), Chocalho (2000)
Mercedes Álvarez
Espanha, 1966. Completou o Master em Documentário na Universidade Pompeu Fabra (Barcelona). Realizou a curta El Viento Africano em 2001 e fez a montagem de En Construcción, realizado por José Luis Guerín.
Mohamad Al Roumi
Síria, 1945. Após uma graduação em Belas Artes, inicia a sua actividade de fotógrafo nos anos 70. Participa em várias missões fotográficas e arqueológicas.
Mohanad Yaqubi
Mohanad Yaqubi é cineasta, produtor e um dos fundadores da produtora de Ramallah, Idioms Film. Yaqubi também é um dos fundadores do coletivo de pesquisa e curadoria Subversive Films, que se concentra em práticas cinematográficas militantes e, mais recentemente, é investigador da Royal Academy of Fine Arts (KASK) em Gent, na Bélgica. Enquanto produtor, a filmografia de Yaqubi inclui o documentário Infiltrators (Khaled Jarrar, 2013), Suspended Time (vários realizadores, 2013) e a curta narrativa Pink Bullet (Ramzi Hazboun, 2014), várias co-produções, incluindo a longa-metragem Habibi (dir. Susan Youssef, 2010), a curta Though I Know the River is Dry (dir. Omar R. Hamilton, 2012), e os documentários Ambulance (dir. Mohammed Jabaly, 2016) e Ouroboros (dir . Basma Sharif, 2017). A primeira longa-metragem de Yaqubi, Off Frame AKA Revolution Until Victory (2016) estreou no TIFF, passando também pela Berlinale, Cinéma du Réel, Dubai IFF e Yamagata, entre cinquenta outras estreias e exibições ao redor do mundo.
Myriam Lefkowitz
Myriam Lefkowitz (nascida em 1980, Paris, França, onde mora presentemente) concluiu o mestrado em História na Universidade Paris-Sorbonne e estudou dança em Nova York, principalmente com a coreógrafa/bailarina Lisa Nelson. Desde 2010, a sua pesquisa tem-se focado em questões de atenção e percepção, investigações que ela desenvolve por meio de diferentes dispositivos de imersão, que envolvem encontros directos entre espectador e performer. Em 2011, participou do mestrado de experimentação em Arte e Política, SPEAP, Science Po Paris, fundado por Bruno Latour. Em 2013, tornou-se parte do comité de ensino da SPEAP. É regularmente convidada para workshops e palestras pela Escola Nacional de Arquitetura de Versalhes; Three Uses of the Knife, Vilnius; Open School East, Londres; la HEAD, Génova; Royal Institute of Art, Estocolmo; L’ERG, Bruxelas; e o departamento de Dança da Universidade de Paris 8, St. Denis.
Nelson Carlo de los Santos Arias
Nicolás Pereda
Nicolás Pereda (1982) nasceu no México e vive actualmente entre a Cidade do México, Toronto e Nova York. Numa cinematografia meticulosa, minimalista e cuidadosamente formalista, que frequentemente recorre a planos longos, Pereda entrelaça elementos do cinema narrativo e do documentário. Predominantemente filmados no seu país natal, os seus filmes investigam a estrutura das classes sociais mexicanas por meio da dinâmica familiar e das relações de amizade. Um sentido de comunidade permeia todos os seus filmes, já que o artista costuma trabalhar com o mesmo grupo de intérpretes, principalmente Gabino Rodrigues e Teresa Sánches, que aparecem, filme após filme, usando os seus próprios nomes mas numa configuração de relações sempre mutante. A presença recorrente dos mesmos performers, bem como a repetição de temas e ambiente social, configuram um jogo cinematográfico de repetição e variação que parece ligar todos os seus filmes. Pereda é também professor da Universidade Estatal de New Jersey. Nos últimos 10 anos, dirigiu mais de dez longas; o seu filme Summer of Goliath recebeu o prémio Orizzonti no Festival de Cinema de Veneza. Pereda realizou também filmes em colaboração com Andrea Bussman e Jacob Secher Schulsinger.
Os Filhos de Lumière
A associação cultural Os Filhos de Lumière, criada em 2000, nasce da vontade de ajudar os mais novos a descobrir o cinema, intervindo num sector da vida cultural e educativa onde pouco se tem investido. O workshop, realizado em Vila Nova de São Bento em parceria com a Câmara Municipal de Serpa, aqui apresentado, é o primeiro de um conjunto de workshops a realizar em parceria com a Associação Cultural O Lírio Roxo. Neste contexto, serão organizados anualmente encontros sobre cinema feito por jovens, cuja primeira edição se realizará em Nîmes em Julho de 2005 e a segunda em Serpa em 2006.
Pedro Costa
Naquela que poderia ser considerada a sua primeira incursão pelo documentário, Pedro Costa desmonta qualquer possibilidade de categorização. Após três longas-metragens realizadas entre 1989 e 1997, No Quarto da Vanda interrompe definitivamente a sistematização do processo de produção e põe em causa todas as noções que esse sistema informa sobre a relação do filme com o real.
Pedro Pinho
Pedro Pinho nasceu em Maio de 1977. Estudou cinema na ESTC em Lisboa e na ENSLL, em Paris, entre 1999 e 2003. Frequentou os cursos de realização de cinema e de argumento da London Film School e da Fundação Calouste Gulbenkian, em 2005 e 2006. Realizou duas curtas-metragens em contexto académico, Perto (20004) e No Início (2005). Em 2008, concluiu Bab Sebta – um documentário co-realizado com Frederico Lobo sobre os tempos de espera dos migrantes nas cidades de fronteira ao Sul da Europa – que foi premiado no FID Marseille 2008, no Doc Lisboa 2008 e no Forumdoc BH 2009. Em 2009, funda a produtora Terratreme com Leonor Noivo, Luisa Homem, Tiago Hespanha, João Matos e Susana Nobre, onde tem colaborado como produtor, argumentista e director de fotografia, em filmes como Linha Vermelha de José Filipe Costa, Lacrau de João Vladimiro e A Fábrica De Nada de Jorge Silva Melo. Desde 2010, trabalha no filme As Cidades e as Trocas, co-realizado com Luisa Homem, sobre os fluxos económicos e as transformações de paisagem motivados pela indústria do turismo. Em 2013, a sua primeira média-metragem de ficção, Um Fim do Mundo, estreou no Festival de Berlim, e desde então tem sido mostrada em vários festivais internacionais, estando prevista a sua estreia em sala em Outubro 2013.
Pedro Sena Nunes
Pedro Sena Nunes Lisboa, 1968. Em 1992 terminou o Curso Cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC). Actualmente é coordenador geral da área de Som e Imagem da Escola Profissional de Imagem e Comunicação (etic_).
Peter Nestler
Nasceu em 1937 em Friburgo, na Floresta Negra. Após ter realizado uma série de pequenos documentários na Alemanha, centrados nas questões do trabalho e da transformação do espaço social e rural por influência da industrialização, Nestler emigrou para a Suécia em 1965, depois de ter realizado Von Griechenland, poderoso filme político que lhe valeu a acusação de «propaganda comunista». Nesse primeiro período radica uma obra cinematográfi ca essencial, tão vasta quanto desconhecida, com mais de 50 documentários realizados até hoje, muitos deles para a televisão. Entre as muitas vozes que habitam o cinema de Nestler, é a sua própria voz que, para além do comentário e da descrição, manifesta o peso próprio das coisas filmadas: os gestos do trabalho e da vida comum, os ritmos do quotidiano, os lugares do mundo, as idades humanas. Na descrição objectiva das transformações do mundo rural pela indústria, na apresentação da actualidade histórica da resistência política, no retrato cultural de um povo, ou na restituição da graça e da lucidez da linguagem da infância, o programa apresentado em Serpa constitui um retrato do trabalho de Nestler, percorrendo em três blocos diversos territórios e períodos do seu trabalho, dos primeiros fi lmes aos mais recentes. Nestler é provavelmente um dos cineastas que melhor explorou a complexa relação entre o som e a imagem, dando à palavra, ao texto, ao uso da voz e da música uma importância primordial. Dele escreveu Jean-Marie Straub, seu amigo, «acredito cada vez mais que Nestler foi o cineasta mais importante na Alemanha depois da Guerra», citando ainda, a propósito dos seus filmes, uma frase de Bertold Brecht: «Exumar a verdade enterrada nos escombros da evidência, reunir evidentemente o singular e o geral, fixar o particular no grande processo, esta é a arte dos realistas.»
Pierre Creton
Nascido em 1966, vive e trabalha em Vattetot-sur-Mer (Seine Maritime), França. Depois dos estudos em Belas Artes no Havre, Pierre Creton decide instalar-se na Normandia, na região de Caux, onde tinha crescido e que se torna o território explorado e calcorreado nos seus fi lmes. Depois de Le Vicinal, primeira curta-metragem em 16mm, a mini-DV torna-se o instrumento apropriado ao seu trabalho e o único suporte dos seus fi lmes. É entre 1998 e 99 que se afirmam a forma e as preocupações do cineasta: entre o documentário e o ensaio íntimo, realiza três curtas-metragens, partindo cada uma de uma relação, de amizade ou de trabalho. E é trabalhando no sector da pesagem do controlo leiteiro que Creton tem a ideia para a sua primeira longa-metragem, Secteur 545 (2004): fi lme híbrido, simultaneamente um documentário sobre a criação bovina na região de Caux e fi cção íntima da relação de Creton com o patrão. Em 2006, realiza Paysage Imposé, documentário sobre o liceu agrícola de Yvetot, que se torna a primeira parte de uma trilogia sobre o mundo agrícola. Trabalha actualmente na terceira, consagrada a um lar de idosos. Paralelamente a este trabalho sobre e na região de Caux, Creton realiza uma curta metragem de ficção, Le Voyage à Vazelay (2006), peregrinação ao túmulo de Georges Bataille, um dos autores que alimentam a sua obra. O encontro com Vincent Barré, escritor viajante, escultor e artista plástico, dá lugar a outros dois filmes, co-realizados: Détour e L’Arc d’Iris são dois filmes de viagem, o primeiro nas Ilhas Shetland e o segundo nos Himalaias indianos. Recentemente, Pierre Creton participou na filmagem e na montagem de Mètis, filme de Vincent Barré sobre o seu trabalho de escultor. A amizade, o trabalho, o devir do mundo camponês e a relação com as paisagens: é a partir destas questões que os filmes de Pierre Creton esticam os limites do documentário, entrançando aí as linhas da ficção e do íntimo.
Pierre-Marie Goulet
Pierre-Marie Goulet, com várias curtas documentais realizadas até à data, apresenta em 2000 a sua primeira longa-metragem, Polifonias, uma homenagem a Michel Giacometti. É co-fundador da recém-criada associação Os Filhos de Lumière, vocacionada para a sensibilização ao cinema enquanto forma de expressão artística.
Rahul Roy
Rahul Roy graduou-se em Produção de Cinema e Televisão pelo Mass Communication Research Centre Jamia Millia Islamia, em Nova Delhi, em 1987. Desde então tem trabalhado como realizador independente de documentários. The City Beautiful é o seu terceiro filme sobre a classe trabalhadora de Delhi.
Raymond Depardon
França, 1942. Nascido no seio de uma família de camponeses, trabalhou como fotógrafo e jornalista. Começou a trabalhar em cinema depois de ter criado um departamento independente dentro da agência fotográfica que fundou.
Rebecca Baron
Rebecca Baron faz filmes e instalações com imagem em movimento. O seus trabalhos foram exibidos extensivamente no seu país nativo, os EUA, e internacionalmente, incluindo Roterdão, Londres, Toronto, Oberhausen, Ann Arbor, New York Film Festival, Whitney Museum of American Art, Reina Sofia Madrid, MAK Museum Vienna, Flaherty Film Seminar, Orphans Film Symposium , IMAGES, Cinematheque Française e Viennale. É licenciada pela Brown University e tem um mestre pela Universidade de San Diego. Em 2002 foi bolseira do Guggenheim Fellowship, e do Radcliffe Fellowship em 2007. Lecionou no Massachusetts College of Art, na Universidade de Harvard e, actualmente, na CalArts.
Regina Guimarães
Regina Guimarães, Porto, 1957. Argumentista, autora de diversos livros de poesia e letras para canções. Criou a banda “Três Tristes Tigres” com Ana Deus. Co-fundadora da associação Os Filhos de Lumière.
Rithy Panh
Rithy Pahn é um realizador Cambodjano cujo trabalho foca sobre as consequências do regime autocrático e totalitário do Khmer Rouge, sob o qual o povo do Camboja testemunhou o genocídio, a fome, a miséria e a exaustão, entre 1975 e 1979. Pahn fugiu para a Tailândia em 1979, escapando ao trágico fim que caiu sobre a sua família. Mais tarde fugiu para Paris, onde descobriu o cinema.
Rudolf Thome
Nasceu em Wallau/Lahn (agora Biedenkopf) em 14.11.1939; terminou o liceu num internato cristão em Gaienhofen, perto do Lago Constança, em 1960. Estudou língua e literatura alemã, filosofia e história em Munique e em Bonn, em 1960. Após uma viagem a Paris, começou a escrever suas primeiras críticas de filmes para o jornal Bonner Generalanzeiger, em 1962. Mudou-se para Munique, onde começou a escrever artigos para os periódicos Filmkritik e Film, bem como para o Süddeutscher Zeitung. Em 1964, colaborou com Max Zihlmann e Klaus Lemke na sua primeira curta-metragem, e tornou-se director administrativo do Munich Film Critics 'Club em 1965. Trabalhou como consultor de empréstimos para a sociedade de construção Neue Heimstatt e interrompeu a sua dissertação sobre o romance de Albert Paris Gütersloh Sonne und Mond para realizar a sua primeira longa-metragem; mudou-se para Berlim em 1973, onde escreveu críticas de filmes para o jornal Der Tagesspiegel e para a revista Hobo. Também trabalhou para o Freunde der deutschen Kinemathek. Fundou sua própria produtora, Moana Film, em 1977. Em 1981, recebeu o Prémio Guild na categoria de segundo melhor filme alemão, com o filme Berlin Chamissoplatz, e em 1989 o Prémio de Melhor Filme da Crítica Internacional em Montreal com O Filósofo. Em 1991, fundou sua própria empresa de distribuição, Prometheus.
Saguenail
Saguenail, Paris, 1955. Encenador, autor de livros, colaborador em diversas revistas.
Sasithorn Ariyavicha
Bangkok, 1963. M.A. em Media Studies da New School for Social Research, em Nova Iorque onde, nos anos 90, trabalhou em cinema. Em 2001, fundou Found Footage, um grupo independente de cinema. Escreve sobre cinema para várias publicações tailandesas.
Sergei Dvortsevoy
Sergey Dvorstsevoy é um realizador Cazaque que chega ao cinema no início do anos 90, após quase uma década como especialista de navegação aérea. As três curtas documentais que realizou até à data ganharam notoriedade entre a crítica pela sua abordagem naturalista e lírica no retrato de sociedades isoladas e nómadas.
Silvia Maglioni & Graeme Thomson
Sirah Foighel Brutmann e Eitan Efrat
Sirah Foighel Brutmann & Eitan Efrat, ambos nascidos em 1983 em Tel Aviv, moram em Bruxelas e trabalham em colaboração há vários anos. Brutmann estudou Coreografia e Performance no PARTS (Performing Arts Research and Training Studios) em Bruxelas e Efrat formou-se no VAV - departamento de imagem em movimento, na Gerrit Rietveld Academie, em Amsterdão. Juntos fundaram a produtora Til Far, que produz projetos de videoarte e dança, e fazem parte do coletivo Messidor, dirigido por artistas, juntamente com Pieter Geenen e Meggy Rustamova. A sua prática audiovisual concentra-se nos aspectos performativos da imagem em movimento. Trabalham as potencialidades espaciais e duracionais da leitura de imagens - em movimento e estáticas -, explorando as relações entre espectador e história, e a temporalidade narrativa e da memória. O seu trabalho foi exibido em festivais de cinema como o IDFA, IFF Roterdão, Courtisane, New Horizons e na ARTE/WDR. Com obras produzidas por Auguste Orts e Argos e premiadas nos festivais Images e Oberhausen.
Stephanie Spray e Pacho Velez
Stephanie Spray é uma cineasta, sonoplasta e antropóloga, cujo trabalho explora a confluência da estética social e da arte na vida quotidiana. É actualmente doutoranda e professora associada no Laboratório de Etnografia Sensorial e bolseira do Harvard Film Study Center. Em 1999, começou a estudar música, religião e línguas no Nepal e, desde então, tem passado muito tempo praticando a arte de 'vaguear' (dhulna jāne) com uma casta de músicos itinerantes chamada Gandharba. Fez vários filmes com esta comunidade, incluindo Kāle e Kāle (2007), Monsoon-Reflections (2008), Untitled (bed) (2009), As Long as There’s Breath (2010) e Untitled (2010). Pacho Velez fica um pouco entediado com filmes sóbrios. Prefere o inebriado - escolhas estéticas pobres, posturas políticas intemperantes e estruturas formais surpreendentes. Em 2010, completou o mestrado na CalArts. Agora trabalha e dá aulas entre Nova York e Boston. Pacho é bolseiro do Harvard Film Study Center e afiliado do Sensory Ethnography Lab. O seu novo filme, Manakamana (co-realizado com Stephanie Spray, produzido por Lucien Castaing-Taylor e Véréna Paravel) estreou este verão e ganhou o Leopardo de Ouro no Festival de Cinema de Locarno. Os seus trabalhos anteriores, em cinema e teatro, têm sido apresentados em todo o mundo.
Susana de Sousa Dias
Lisboa, 1962. Pós-graduação em Estética e Filosofia da Arte, Universidade de Lisboa. Licenciatura em Artes Plásticas/Pintura, Universidade de Lisboa Curso de Cinema, Escola Superior de Teatro e Cinema. Docente na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
Vladimir Léon
Nasce em Moscovo, em 1969, e chega a Paris em 1975, com o irmão Pierre, a mãe (russa) e o pai (francês). Nos seus documentários, a forma biográfica permite o acesso à história na sua relação íntima com o presente. A partir da actualidade da voz, sob a forma da evocação ou do inquérito, os acontecimentos do século cruzam-se com a memória singular: em Nissim dit Max, através do retrato do pai, correspondente em Moscovo do jornal francês L’Humanité, realizado a meias com o irmão, o realizador Pierre Léon; ou pelos testemunhos da biografia política de um revolucionário bengali, entre o México, a Rússia, a Alemanha e a Índia, em Le Brahmane du Komintern. Vladimir Léon prepara actualmente um projecto a partir dos escritos de Alexis de Tocqueville sobre a democracia na América. Os filmes de Léon questionam de forma objectiva o valor da entrevista filmada, e do testemunho e do comentário sobre a imagem, operando de modo subtil os registos da oralidade e da fixação da memória, entre as deslocações de sentido e a atenção ao equilíbrio sensível das distâncias afectivas e temporais entre o presente e o passado.
Yan Yu e Li Yifan
Li Yifan nasceu na China, em 1966. Estudou no Central Drama Institute, em Pequim, trabalhando mais tarde como realizador e argumentista para TV. Em 2001 fundou o Fan & Yu Documentary Studio em Chongqing. Yan Yu, nascido também na China, em 1971. Trabalhou como jornalista e como operador de câmara em documentários e publicidade, até 1998. Em 2001 fundou o Fan & Yu Documentary Studio em Chongqing com Li Yifan.
Yervant Gianikian & Angela Ricci Lucchi