2008 Serpa
    Com a presença de
Paisagem: o Trabalho do Tempo

A paisagem como um dos parâmetros possíveis de análise de todo o movimento do cinema moderno e de muitas experiências-limite do cinema actual. A paisagem como lugar geométrico de diferentes artes contemporâneas – e, nesse sentido, como chamada de atenção para o papel de vanguarda, ou de deslocador de fronteiras, que é, ainda e sempre, o de algum documentário. A paisagem como terreno privilegiado de interrogação e depuração da imagem em movimento – e nessa medida, uma vez mais, algo que aqui lembramos enquanto resistência ao cinema da banalização, da redundância e da saturação de efeitos. Paisagem, porque dizer paisagem é já dizer ‘olhar’, e também ‘espaço’ e ‘tempo’. Paisagem na acepção de passagem, tanto no sentido temporal como no de transição entre diferentes registos do olhar – o lugar que se transforma e o lugar em que o nosso olhar se transforma. Paisagem, também, como lugar de diferentes níveis de narratividade. Paisagem e trabalho; paisagem e memória; paisagem e História. Por último, e justamente contra o bucolismo do olhar, a paisagem como território de impaciência, como tensão entre o visível e o subjacente, entre o que se mostra e o que se esconde, ordem e caos, razão e insanidade.

17 Junho, Terça
Sessão #1, Noite
Pour Le Mistral
1965, 30 min
Joris Ivens

Entre o Chile e o Vietname, Joris Ivens, o ‘cineasta das guerras e das revoluções’, fez Para o Mistral, o primeiro de dois filmes em torno da ideia de capturar o que não se vê: o vento. Realizado como um tour de force de fotografia e montagem, o filme tenta tornar o vento visível e tangível. Para o Mistral começa a preto e branco, continua a cores e termina em cinemascope, de modo a mostrar a força do vento Mistral, que se levanta e sopra no Sul de França. O argumento original era muito mais elaborado e ambicioso, mas as peripécias de produção fizeram com que se transformasse naquilo a que o próprio Ivens chamou ‘um esboço inacabado’. Isto, porém, em nada lhe retirou força, sendo uma das suas condições a do experimentalismo.

Banditi a Orgosolo
1969, 98 min
Vittorio De Seta

Um pastor da Sardenha é injustamente acusado de roubo e assassínio. Seguimos a sua longa fuga através de regiões inacessíveis e áridas, em direcção à pastagens isoladas da Barbagia, à medida que perde todas as ovelhas do seu rebanho. Uma noite, desesperado, entra no redil de outro pastor e, sob ameaça de arma, rouba-lhe todas as ovelhas: transforma-se assim num verdadeiro bandido. A beleza nasce de uma precisão implacável – De Seta limita-se a revelar relações de força e a apontar para as causas da sua revolta. Como escreveu Jean Douchet, “nada é a priori uma visão agradável. Nem as personagens, nem as ovelhas, nem sequer a paisagem, estão lá para agradar. Mas, de acordo com a ideia de Visconti, De Seta revela-nos a sua grandeza original com imagens belas e simples. Por debaixo da sua aparência virgiliana, convida-nos a condenar uma ordem que permite a degradação de uma ordem natural.”

18 Junho, Quarta
Sessão #2, Manhã
Lu Tempu de li Pisci Spata
1954, 11 min
Vittorio De Seta

Nos anos 50, em Itália, assistiu-se à produção de centenas de documentários por ano. Neste contexto, as curtas-metragens de De Seta destacam-se como inovadoras e excêntricas nas suas características poéticas e técnicas: a combinação do ‘realismo’ dos assuntos e do som, com o ‘irrealismo’ da cor e do cinemascope, era vista como conflituosa e muito pouco habitual, comparada com os documentários italianos tradicionais. “A apanha do peixe-espada no Estreito de Messina, a estação de processamento do atum, a mina de enxofre, a representação sagrada da Páscoa, os barcos de pesca no Canal da Sicília, os pastores de Barbagia, os camponeses que colhem e debulham os cereais, as ‘pessoas esquecidas’ de uma pequena aldeia na Calábria, são retirados à imediatez histórica, à fenomenologia social, à dialéctica política e restituídos ao longo do tempo imemorial, em que esses gestos, esses ritos e essa cultura se formaram e tomaram uma identidade precisa.” – Vincenzo Consolo

Surfarara
1955, 11 min
Vittorio De Seta

Nos anos 50, em Itália, assistiu-se à produção de centenas de documentários por ano. Neste contexto, as curtas-metragens de De Seta destacam-se como inovadoras e excêntricas nas suas características poéticas e técnicas: a combinação do ‘realismo’ dos assuntos e do som, com o ‘irrealismo’ da cor e do cinemascope, era vista como conflituosa e muito pouco habitual, comparada com os documentários italianos tradicionais. “A apanha do peixe-espada no Estreito de Messina, a estação de processamento do atum, a mina de enxofre, a representação sagrada da Páscoa, os barcos de pesca no Canal da Sicília, os pastores de Barbagia, os camponeses que colhem e debulham os cereais, as ‘pessoas esquecidas’ de uma pequena aldeia na Calábria, são retirados à imediatez histórica, à fenomenologia social, à dialéctica política e restituídos ao longo do tempo imemorial, em que esses gestos, esses ritos e essa cultura se formaram e tomaram uma identidade precisa.” – Vincenzo Consolo

Contadini del Mare
1955, 11 min
Vittorio De Seta

Nos anos 50, em Itália, assistiu-se à produção de centenas de documentários por ano. Neste contexto, as curtas-metragens de De Seta destacam-se como inovadoras e excêntricas nas suas características poéticas e técnicas: a combinação do ‘realismo’ dos assuntos e do som, com o ‘irrealismo’ da cor e do cinemascope, era vista como conflituosa e muito pouco habitual, comparada com os documentários italianos tradicionais. “A apanha do peixe-espada no Estreito de Messina, a estação de processamento do atum, a mina de enxofre, a representação sagrada da Páscoa, os barcos de pesca no Canal da Sicília, os pastores de Barbagia, os camponeses que colhem e debulham os cereais, as ‘pessoas esquecidas’ de uma pequena aldeia na Calábria, são retirados à imediatez histórica, à fenomenologia social, à dialéctica política e restituídos ao longo do tempo imemorial, em que esses gestos, esses ritos e essa cultura se formaram e tomaram uma identidade precisa.” – Vincenzo Consolo

Parabola D'oro
1955, 11 min
Vittorio De Seta

Nos anos 50, em Itália, assistiu-se à produção de centenas de documentários por ano. Neste contexto, as curtas-metragens de De Seta destacam-se como inovadoras e excêntricas nas suas características poéticas e técnicas: a combinação do ‘realismo’ dos assuntos e do som, com o ‘irrealismo’ da cor e do cinemascope, era vista como conflituosa e muito pouco habitual, comparada com os documentários italianos tradicionais. “A apanha do peixe-espada no Estreito de Messina, a estação de processamento do atum, a mina de enxofre, a representação sagrada da Páscoa, os barcos de pesca no Canal da Sicília, os pastores de Barbagia, os camponeses que colhem e debulham os cereais, as ‘pessoas esquecidas’ de uma pequena aldeia na Calábria, são retirados à imediatez histórica, à fenomenologia social, à dialéctica política e restituídos ao longo do tempo imemorial, em que esses gestos, esses ritos e essa cultura se formaram e tomaram uma identidade precisa.” – Vincenzo Consolo

Pasqua in Sicilia
1955, 11 min
Vittorio De Seta

Nos anos 50, em Itália, assistiu-se à produção de centenas de documentários por ano. Neste contexto, as curtas-metragens de De Seta destacam-se como inovadoras e excêntricas nas suas características poéticas e técnicas: a combinação do ‘realismo’ dos assuntos e do som, com o ‘irrealismo’ da cor e do cinemascope, era vista como conflituosa e muito pouco habitual, comparada com os documentários italianos tradicionais. “A apanha do peixe-espada no Estreito de Messina, a estação de processamento do atum, a mina de enxofre, a representação sagrada da Páscoa, os barcos de pesca no Canal da Sicília, os pastores de Barbagia, os camponeses que colhem e debulham os cereais, as ‘pessoas esquecidas’ de uma pequena aldeia na Calábria, são retirados à imediatez histórica, à fenomenologia social, à dialéctica política e restituídos ao longo do tempo imemorial, em que esses gestos, esses ritos e essa cultura se formaram e tomaram uma identidade precisa.” – Vincenzo Consolo

Pescherecci
1958, 11 min
Vittorio De Seta

Nos anos 50, em Itália, assistiu-se à produção de centenas de documentários por ano. Neste contexto, as curtas-metragens de De Seta destacam-se como inovadoras e excêntricas nas suas características poéticas e técnicas: a combinação do ‘realismo’ dos assuntos e do som, com o ‘irrealismo’ da cor e do cinemascope, era vista como conflituosa e muito pouco habitual, comparada com os documentários italianos tradicionais. “A apanha do peixe-espada no Estreito de Messina, a estação de processamento do atum, a mina de enxofre, a representação sagrada da Páscoa, os barcos de pesca no Canal da Sicília, os pastores de Barbagia, os camponeses que colhem e debulham os cereais, as ‘pessoas esquecidas’ de uma pequena aldeia na Calábria, são retirados à imediatez histórica, à fenomenologia social, à dialéctica política e restituídos ao longo do tempo imemorial, em que esses gestos, esses ritos e essa cultura se formaram e tomaram uma identidade precisa.” – Vincenzo Consolo

Un Giorno in Barbagia
1958, 11 min
Vittorio De Seta

Nos anos 50, em Itália, assistiu-se à produção de centenas de documentários por ano. Neste contexto, as curtas-metragens de De Seta destacam-se como inovadoras e excêntricas nas suas características poéticas e técnicas: a combinação do ‘realismo’ dos assuntos e do som, com o ‘irrealismo’ da cor e do cinemascope, era vista como conflituosa e muito pouco habitual, comparada com os documentários italianos tradicionais. “A apanha do peixe-espada no Estreito de Messina, a estação de processamento do atum, a mina de enxofre, a representação sagrada da Páscoa, os barcos de pesca no Canal da Sicília, os pastores de Barbagia, os camponeses que colhem e debulham os cereais, as ‘pessoas esquecidas’ de uma pequena aldeia na Calábria, são retirados à imediatez histórica, à fenomenologia social, à dialéctica política e restituídos ao longo do tempo imemorial, em que esses gestos, esses ritos e essa cultura se formaram e tomaram uma identidade precisa.” – Vincenzo Consolo

Pastori di Orgosolo
1958, 11 min
Vittorio De Seta

Nos anos 50, em Itália, assistiu-se à produção de centenas de documentários por ano. Neste contexto, as curtas-metragens de De Seta destacam-se como inovadoras e excêntricas nas suas características poéticas e técnicas: a combinação do ‘realismo’ dos assuntos e do som, com o ‘irrealismo’ da cor e do cinemascope, era vista como conflituosa e muito pouco habitual, comparada com os documentários italianos tradicionais. “A apanha do peixe-espada no Estreito de Messina, a estação de processamento do atum, a mina de enxofre, a representação sagrada da Páscoa, os barcos de pesca no Canal da Sicília, os pastores de Barbagia, os camponeses que colhem e debulham os cereais, as ‘pessoas esquecidas’ de uma pequena aldeia na Calábria, são retirados à imediatez histórica, à fenomenologia social, à dialéctica política e restituídos ao longo do tempo imemorial, em que esses gestos, esses ritos e essa cultura se formaram e tomaram uma identidade precisa.” – Vincenzo Consolo

O Tapete Voador
2008, 56 min
João Mário Grilo

Foi através de Portugal que o tapete persa entrou na Europa, estabelecendo-se como uma das mais importantes tradições culturais no Ocidente, no que respeita às artes decorativas. 500 anos depois, voltámos ao Irão para revelar os seus gestos de fabrico originais e as suas formas e cores hipnóticas que mantêm, ainda, toda a sua frescura e fascínio. O filme está estruturado em quatro viagens + uma, da geometria à natureza, do nó ao ‘abrash’ (o modo natural de variação da cor). Na realidade, porém, este é um filme sobre si próprio e, talvez mesmo, sobre a arte em geral e as suas paisagens infinitas e imemoriais. No final, revelaremos o mistério do verdadeiro ‘tapete voador’, aquele através do qual tanta gente ‘voou’, como hoje se voa através do ecrã (tapete móvel) e dos seus poderes mágicos.

Debate com João Mário Grilo
Sessão #3, Tarde
L'aménagement du Territoire
2006, 45 min
Jean Breschand

O filme é feito de fotografias projectadas sobre um lençóis e re-filmadas. Brisa, bruma, morrinha: essencialmente atmosféricos, os efeitos realizados em directo sobre as imagens, durante a captação, devolvem-lhes ar e sonho. O filme conta uma história de amor, que desliza entre os lençóis das cidades sob o céu de Maio. Sabemos que no fundo das camas há um mundo pré-histórico que rumoreja.

The Sky Is My Ceiling
2006, 11 min
Keja Ho Kramer

Um rapaz procura um espaço aberto numa cidade densamente povoada para construir uma máquina voadora que o leve dali para fora. Abandona o seu bairro para tentar uma viagem que o levará ao fim da cidade. Depois de dias e noites de viagem, quando encontra um lugar que se assemelha a um espaço aberto, ninguém acredita nele. O filme cria uma ligação entre a visão surreal do conto ‘The Concentration City’, de J.G. Ballard, e a situação urbana real da cidade de São Paulo.

Debate com Jean Breschand e Keja Ho Kramer
Sessão #4, Tarde
La Vallée Close
1995, 140 min
Jean-Claude Rousseau

É um filme cósmico, desde logo porque mostra os ciclos da natureza, mas também porque nele se inscreve uma correspondência de motivos entre o micro e o macro (os lençóis e as nuvens por exemplo), ou porque, enfim, cada plano cumpre um ciclo, seja porque nele aparecem objectos em rotação contínua (um moinho), seja porque o fenómeno mostrado acaba por produzir a impressão de uma rotação e de um escoamento e renovação infinitos (uma torrente, ao mesmo tempo muito agitada e imóvel). Há a ideia que, desde que uma coisa seja olhada com alguma atenção, é possível ver-se revelar, no sentido fotográfico do termo, a totalidade do mistério do mundo. – Emmanuel Burdeau

Une Vue Sur L'autre Rive
2005, 24 min
Jean-Claude Rousseau

‘Na paisagem imutável, a água do rio precede os passantes’, é assim que Jean-Claude Rousseau descreve o filme. Esta ‘vista sobre a outra margem’ (de um rio que vai desaguar no ‘vale fechado’ do filme homónimo) corresponde a um único plano fixo onde os movimentos humanos e os ritmos da natureza se encontram sem resolverem o enigma do seu destino.

Debate com Jean-Claude Rousseau
19 Junho, Quinta
Sessão #5, Manhã
Venise N'existe Pas
1984, 11 min
Jean-Claude Rousseau

A tentativa de criar uma imagem: a visão enquadrada por uma janela aberta deixa entrever os barcos que passam até à sua desaparição nocturna; a janela fechada acolhe a luz do sol matinal que invade o quarto; a figura do cineasta duplica-se no espelho; um postal empresta uma ilusão de abertura. Este filme é simultaneamente uma miniatura e uma matriz de toda a obra seguinte de Rousseau.

Trois Fois Rien
2006, 78 min
Jean-Claude Rousseau

Entrelaçando três filmes – Faibles Amusements, Contretemps, Comme une Ombre Légère – agora reunidos numa longa metragem, Rousseau retoma os temas da viagem, da espera e da ausência, para renovar o seu cinema com as ferramentas do vídeo digital. Se a viagem nunca era realmente mostrada nos seus filmes, o cineasta percorre agora os dois tempos-movimentos de um itinerário linear (ida e volta), não deixando de revisitar os lugares, as ideias e as formas da ressonância, do círculo e da órbita, onde os elementos visuais e sonoros encontram o seu lugar de gravitação no filme.

Nocturno
2007, 27 min
João Nisa

Descrição fragmentária do espaço abandonado da antiga Feira Popular de Lisboa, durante o período que decorreu entre o seu encerramento e a definitiva demolição das suas instalações. Um conjunto de longos planos fixos, atravessados por pequenos movimentos, apresenta alguns dos elementos existentes no local (fachadas encerradas ou semi-destruídas, divertimentos parcialmente desmontados), reconstituindo através da sua sucessão um percurso no interior do recinto. Um trabalho que pretende forçar a concentração da percepção e explorar a relação entre a experiência temporal e o modo de apreensão visual e sonora de um lugar específico. – João Nisa

Fog Line
1970, 11 min
Larry Gottheim

Olha-se, olha-se, e o nevoeiro começa a levantar, revelando-se a delicadeza da imagem. As três árvores desiguais, as linhas da paisagem, as linhas de alta tensão, os animais-fantasma em movimento, a agitação da emulsão, tudo se impressiona na consciência, é consciência. Linhas fixas, rígidas, tentam conter o informe e fugidio nevoeiro em movimento. A natureza das linhas compete com a natureza do nevoeiro, mas tudo é harmonia, banhado numa palidez sumptuosa. – Larry Gottheim

Europa 2005, 27 Octobre
2006, 11 min
Jean-Marie Straub e Danièle Huillet

Por ocasião do centenário de nascimento de Roberto Rossellini, a RAI 3 e o produtor italiano Enrico Ghezzi fazem uma encomenda a vários cineastas, entre eles Jean-Marie Straub e Danièle Huillet. Trata-se de imaginar, depois do último plano de Europa ’51, ‘um momento da vida ou da morte’ da personagem interpretada por Ingrid Bergman. Em reposta, parte-se de um fait divers: a 27 de Outubro de 2005, no subúrbio de Clichy-sous-Bois, três jovens refugiam-se num transformador eléctrico para evitar um controle policial. Dois deles, Bouna Traore e Zyed Benna, acabarão por morrer electrocutados. Este cinétract é composto por cinco vezes duas panorâmicas, cuja captação, perto do transformador, foi feita pelo seu amigo cineasta Jean-Claude Rousseau, que também as montou.

Debate com Jean-Claude Rousseau e João Nisa
Sessão #6, Tarde
One Way Boogie Woogie / 27 Years Later
2005, 121 min
James Benning

Em 1977, filmei One Way Boogie Woogie no vale industrial do Milwaukee. 27 anos mais tarde, decidi fazer o mesmo filme outra vez. Localizei todas as 60 posições da câmara de então, bem como a maior parte dos meus amigos e família. As coisas tinham mudado com o tempo. Algumas pessoas tinham morrido, alguns dos edifícios tinham desaparecido. Filmei em Junho, com o céu cinzento, usando um negativo de grão suave, Kodak 7245. Montei as novas imagens com a mesma banda sonora do filme antigo. O filme resultante, One Way Boogie Woogie/27 Years Later, são os dois filmes mostrados em conjunto – primeiro o antigo, depois o novo. É um filme sobre a memória e o envelhecimento. – James Benning

Debate com James Benning
Sessão #7, Noite
Casting a Glance
2007, 80 min
James Benning

Um filme dedicado a um trabalho artístico que James Benning filmou repetidamente ao longo da sua carreira e que acredita ser um dos mais importantes do século XX: a ‘Spiral Jetty’, um trabalho imenso de land art de Robert Smithson, feito em 1970, no Grande Lago Salgado, no estado de Utah. “Para se ter a experiência da Jetty há que ir muitas vezes. É um barómetro para os ciclos diários e anuais. De manhã à noite, a sua aparência alusiva e em mudança (radical ou subtil) pode ser o resultado de um dado sistema atmosférico ou apenas uma mudança de ângulo do sol. A água pode parecer azul, vermelha, violeta, verde, castanha, prateada ou dourada. O som pode vir de um caça da marinha, de gansos que passam, de tempestades convergentes, de grilos, ou de um silêncio tão calmo que se consegue ouvir o sangue a passar pelas veias dos ouvidos.” – James Benning

Spiral Jetty
1970, 32 min
Robert Smithson

O filme, realizado por Robert Smithson com a assistência de Virginia Dwan, é um filme poético e processual construíndo um ‘retrato’ do seu famoso trabalho homónimo – a ‘Spiral Jetty’, estendida pelas águas pouco profundas perto da margem do Grande Lago Salgado no estado de Utah. A voz off de Smithson revela a evolução da ‘Spiral Jetty’. Sequências filmadas num museu de história natural são integradas no filme, com relíquias pré-históricas que ilustram temas centrais ao trabalho de Smithson. Inclui igualmente uma secção filmada por Nancy Holt, segundo uma ideia de Robert Smithson para filmar ‘a história da terra’.

20 Junho, Sexta
Sessão #8, Manhã
Isole di Fuoco
1954-1955, 11 min
Vittorio De Seta

Nos anos 50, em Itália, assistiu-se à produção de centenas de documentários por ano. Neste contexto, as curtas-metragens de De Seta destacam-se como inovadoras e excêntricas nas suas características poéticas e técnicas: a combinação do ‘realismo’ dos assuntos e do som, com o ‘irrealismo’ da cor e do cinemascope, era vista como conflituosa e muito pouco habitual, comparada com os documentários italianos tradicionais. “A apanha do peixe-espada no Estreito de Messina, a estação de processamento do atum, a mina de enxofre, a representação sagrada da Páscoa, os barcos de pesca no Canal da Sicília, os pastores de Barbagia, os camponeses que colhem e debulham os cereais, as ‘pessoas esquecidas’ de uma pequena aldeia na Calábria, são retirados à imediatez histórica, à fenomenologia social, à dialéctica política e restituídos ao longo do tempo imemorial, em que esses gestos, esses ritos e essa cultura se formaram e tomaram uma identidade precisa.” – Vincenzo Consolo

Retrato de Inverno de uma Paisagem Ardida
2008, 40 min
Inês Sapeta Dias

Fixar o presente de uma paisagem destruída pelo fogo. Procurar o que ficou (as cores, as texturas, os silêncios) nos escombros e restos. Vontade de olhar de frente o corpo morto da árvore que ardeu, e perceber o seu lugar na terra onde ainda resta. Observação da passagem do tempo sobre a árvore queimada, e percepção da sua imobilidade. – Inês Sapeta Dias

Pasolini Pa* Palestine
2005, 51 min
Ayreen Anastas

O filme é ao mesmo tempo um regresso ao passado de um país e um regresso aos vestígios de um filme: o documentário de Pasolini Sopralluoghi in Palestina per il Vangelo Secondo Matteo. Cerca de quarenta anos mais tarde, Ayreen Anastas, uma jovem realizadora de origem palestiniana, tenta repetir a viagem de Pasolini à Palestina, em 1963. Passo a passo e plano a plano, transforma o guião de Pasolini num mapa de viagem que se sobrepõe à actual paisagem da Palestina, gerando contradições entre o visível e o audível, entre o esperado e o real. Por um lado é o mesmo filme – o mesmo ritmo, o mesmo respeito e a mesma terra – mas por outro lado é um filme completamente diferente.

Sopralluoghi in Palestina Per Il Vangelo Secondo Matteo
1965, 55 min
Pier Paolo Pasolini

À procura de locais para rodar o seu filme O Evangelho Segundo Mateus, Pasolini explora a Terra Santa e descreve a sua beleza e contradições através de um diálogo com um padre, Don Andrea Carraro. Pasolini confia-lhe o seu desapontamento por não encontrar naquela terra árida e quente o cenário que desejara, que estivesse à altura dos acontecimentos grandiosos de há dois mil anos. Pasolini filmou depois o seu Evangelho no Sul de Itália.

Debate com Inês Sapeta Dias
Sessão #9, Tarde
Nuit et Brouillard – un film dans l’Histoire
(palestra)
Sylvie Lindeperg

O filme Noite e Nevoeiro de Alain Resnais é o ‘palimpsesto’ analisado pela historiadora Sylvie Lindeperg, enquanto ‘lugar de memória portátil’ dos campos nazis progressivamente constituído pelas transformações do seu horizonte de leitura. Com um rigor exemplar, Sylvie Lindeperg retraça as ‘migrações’ no tempo e no espaço das imagens usadas ou criadas por Resnais, para desenvolver uma ‘história dos olhares’ sobre o filme e as múltiplas reapropriações a que foi sujeito. Numa sessão de ‘micro-história’ ao vivo, o processo de realização do filme é dado a ver através dos próprios gestos e ferramentas do cinema: Lindeperg examina as escolhas de enquadramento, a produção de sentidos na montagem, a condição da imagem filmada e do estatuto da imagem de arquivo; questiona as fronteiras entre documentário e ficção, entre imagem fixa e imagem em movimento; (de)compõe as relações entre imagem, som e palavra. “Mesmo uma paisagem tranquila… pode conduzir-nos a um campo de concentração”. São as primeiras palavras que ouvimos em Noite e Nevoeiro.

Debate colectivo
Sessão #10, Noite
Bab Sebta
2008, 110 min
Pedro Pinho
Frederico Lobo

‘Bab Sebta’ significa em árabe ‘a porta de Ceuta’ e é o nome da passagem na fronteira entre Marrocos e Ceuta. É o local para onde convergem aqueles que, vindos de várias partes de Africa, atravessam o deserto do Sahara e procuram chegar à Europa. O filme Bab Sebta percorre quatro cidades ao encontro dos rituais de espera e das vozes desses viajantes.

Debate com Frederico Lobo, Pedro Pinho e Luisa Homem
21 Junho, Sábado
Sessão #11, Manhã
I Dimenticati
1959, 20 min
Vittorio De Seta

Nos anos 50, em Itália, assistiu-se à produção de centenas de documentários por ano. Neste contexto, as curtas-metragens de De Seta destacam-se como inovadoras e excêntricas nas suas características poéticas e técnicas: a combinação do ‘realismo’ dos assuntos e do som, com o ‘irrealismo’ da cor e do cinemascope, era vista como conflituosa e muito pouco habitual, comparada com os documentários italianos tradicionais. “A apanha do peixe-espada no Estreito de Messina, a estação de processamento do atum, a mina de enxofre, a representação sagrada da Páscoa, os barcos de pesca no Canal da Sicília, os pastores de Barbagia, os camponeses que colhem e debulham os cereais, as ‘pessoas esquecidas’ de uma pequena aldeia na Calábria, são retirados à imediatez histórica, à fenomenologia social, à dialéctica política e restituídos ao longo do tempo imemorial, em que esses gestos, esses ritos e essa cultura se formaram e tomaram uma identidade precisa.” – Vincenzo Consolo

Aquele Querido Mês de Agosto
2008, 150 min
Miguel Gomes

No coração de Portugal, serrano, o mês de Agosto multiplica os populares e as actividades. Regressam à terra, lançam foguetes, controlam fogos, cantam karaoke, atiram-se da ponte, caçam javalis, bebem cerveja, fazem filhos. Se o realizador e a equipa do filme tivessem ido directamente ao assunto, resistindo aos bailaricos, reduzir-se-ia a sinopse: ‘Aquele Querido Mês de Agosto acompanha as relações sentimentais entre pai, filha e o primo desta, músicos numa banda de baile’. Amor e música, portanto. – Miguel Gomes

Debate com Miguel Gomes, Vasco Pimentel e Luís Urbano
Sessão #12, Tarde
Retour en Normandie
2006, 113 min
Nicolas Philibert

Na origem deste filme existe um outro. O que o cineasta René Allio rodou na Normadia em 1975, a partir de um fait divers: Eu, Pierre Rivière, tendo degolado a minha mãe, a minha irmã e o meu irmão… Eu tinha 24 anos na altura. René Allio tinha-me oferecido o lugar de primeiro assistente de realização. Filmado a alguns quilómetros do lugar onde tinha ocorrido o triplo homicídio 140 anos antes, este filme ficaria a dever grande parte da sua singularidade ao facto de a maior parte dos papéis terem sido confiados a camponeses da região. Hoje decidi regressar à Normandia, ao encontro dos actores efémeros desse filme. Passaram-se trinta anos… – Nicolas Philibert

Debate com Nicolas Philibert e Miguel Gomes
Sessão #13, Tarde
Moi, Pierre Rivière, Ayant Égorgé Ma Mère, Ma Soeur et Mon Frère...
1976, 125 min
René Allio

A 3 de Junho de 1835, Pierre Rivière, camponês normando de vinte anos de idade, degola a mãe, a irmã Victoire e o irmão mais novo Jules. Foge e vagueia durante várias semanas pelos bosques antes de ser capturado. Pouco depois de estar na prisão, o assassino – que a maior parte das testemunhas irá descrever como um rapaz de comportamento estranho, leia-se, como um idiota – inicia a redacção de um extenso documento, uma verdadeira autobiografia, de beleza excepcional, em que expõe as razões que conduziram ao seu gesto: livrar o pai das ‘penas e aflições’ que a mulher o fazia sofrer desde o primeiro dia do casamento. Rodado com actores não-profissionais na maioria dos papéis principais – recrutados entre os camponeses da região – o filme de Allio constitui uma obra singular que restitui a opacidade deste enigma.

22 Junho, Domingo
Sessão #14, Manhã
O Cinema, Cem Anos de Juventude
Os Filhos de Lumière

Sessão apresentada pela Associação Os Filhos de Lumière, incluindo a exibição de filmes realizados por alunos da Escola Secundária de Serpa; com Teresa Garcia e Pierre-Marie Goulet.

Partie de Campagne
1936/1946, 40 min
Jean Renoir

Baseada num conto de Maupassant, a história de uma família burguesa – o senhor Dufour, a sua esposa Juliette e a filha Henriette – que deixa Paris para um passeio no campo num dia de Verão. Mas margens do Marne, o senhor Dufour e o noivo da filha pescam, enquanto as duas mulheres namoriscam com dois barqueiros. Catorze anos mais tarde, a família volta de férias ao mesmo lugar, mas tudo mudou. Uma síntese de quase tudo o que é fundamental na obra de Renoir e um dos filmes em que o cinema leva ao limite o seu potencial para representar a natureza como celebração da vida.

Debate com João Mário Grilo
moderado por José Manuel Costa
Debate com Jean Breschand e Keja Ho Kramer
moderado por Cyril Neyrat e José Manuel Costa
Debate com Jean-Claude Rousseau
moderado por Cyril Neyrat e Nuno Lisboa
Debate com Jean-Claude Rousseau e João Nisa
moderado por Ricardo Matos Cabo
Debate com James Benning
moderado por Cyril Neyrat, José Manuel Costa e Ricardo Matos Cabo
Debate com Inês Sapeta Dias
moderado por José Manuel Costa e Nuno Lisboa
Debate colectivo
Debate com Frederico Lobo, Pedro Pinho e Luisa Homem
moderado por José Manuel Costa
Debate com Miguel Gomes, Vasco Pimentel e Luís Urbano
moderado por José Manuel Costa
Debate com Nicolas Philibert e Miguel Gomes
moderado por José Manuel Costa
Sobre a paisagem e o programa do Doc’s Kingdom 2008
José Manuel Costa
Paradis
Jean Breschand
Sur le film
Joris Ivens
The sound of images
Vittorio De Seta
De Seta: The “Grand Form” of the Documentary
Alberto Farassino
Come ho realizzato Banditi a Orgosolo
Vittorio De Seta
Neo-neo-realismo
Jean-André Fieschi
O trabalho do sonho
Alberto Seixas Santos
Notes sur le film
Jean Breschand
Around the sky: entretien de Cyril Béghin avec Keja Ho Kramer
Sobre La Vallée Close
Luís Miguel Oliveira
La libération des éléments: Jean-Claude Rousseau et La Vallée Close
Emmanuel Burdeau
La déconvenue: notes sur l’œuvre de Jean-Claude Rousseau
Patrice Blouin
Entretiens de David Yon avec Jean-Claude Rousseau
Texto de apresentação do filme Nocturno
João Nisa
Sobre a escolha de Fog Line e Europa 2005, 27 octobre
João Nisa
Sobre Fog Line
Scott MacDonald
Gottheim e a paisagem
Larry Gottheim
What is a cinétract
Gary Elshaw
Le traitement du paisage dans Fortini/Cani
Jacques Aumont
Filmer un lieu
François Albéra
Paysage et sensation
Paul Cézanne
Caminhos abstractos para a imaginação concreta: One Way Boogie Woogie e 27 Years Later
Teresa Castro
Excerpts of conversations: James Benning on James Benning
The filmmaker as “witness”
Dick Hebdige
The filmmaker as a geographer…
Mark Peranson
… And a mathematician
Neil Young
On landscape and recording space over time
Danni Zuvela
On 16mm and digital
Dick Hebdige
Scott MacDonnald interviews James Benning
casting a glance: James Benning and Robert Smithson’s Spiral Jetty, Dick Hebdige with James Benning
Mark Peranson interviews James Benning: on casting a glance
Detailed Directions to Spiral Jetty
Robert Smithson
On making the Spiral Jetty
Robert Smithson
Dialectic of site and nonsite
Robert Smithson
Projection sites
George Baker
A cinematic atopia
Robert Smithson
A respiração da terra
Cristina Fernandes
O trabalho em Retrato de Inverno de Uma Paisagem Ardida
Inês Sapeta Dias
Sur Sopralluoghi in Palestina
Edoardo Bruno
Sobre Sopralluoghi in Palestina
António Rodrigues
Location as Terra Sancta
Noa Steimatsky
On The Gospel According to St. Matthew
Pier Paolo Pasolini
On landscape, painting and film
Pier Paolo Pasolini
On Pasolini
Ayreen Anastas
Le film palimpseste
Sylvie Lindeperg
Images d’archives: emboîtement des regards – entretien de Jean-Louis Comolli avec Sylvie Lindeperg
Sylvie Lindeperg
Nota de intenções
Pedro Pinho, Frederico Lobo
A propósito de Bab Sebta
Frederico Ágoas
Nota do realizador
Miguel Gomes
Sur le film
Jean-Pierre Rehm, Francisco Ferreira
Tragédie goguette
Jean-Philippe Tessé
Emportés par un fou
Philippe Azoury
El off Cannes: Miguel Gomes entra en escena
Quintín
Notes sur le projet
René Allio
Entretien de René Feret avec René Allio et Michel Foucault
Les meurtres qu’on raconte
Michel Foucault
Le quotidien, l’historique et le tragique
Jean Jourdheil
Celui qui en sait trop
Serge Toubiana
Les puissances du faux
Pascal Bonitzer
L’écriture fautive
Jean-Pierre Sarrazac
Moi, Claude Hébert, ayant joué Pierre Rivière
Claude Hébert
Entretien avec Nicolas Philibert
Faire retour(s)
Jean-Michel Frodon
Parole d’image
Eugenio Renzi
Psychanalyse sous le ciel normand
Jacques Mandelbaum
Apresentação do programa
Teresa Garcia, Pierre-Marie Goulet
Aconteceu mesmo uma experiência de cinema
Nathalie Bourgeois
Participantes
Adriana Bolito, Alexander Gerner, Alexandre Pereira Meire, Ana José da Palma Serra, Ana Margarida Gil, Ana Raquel Sapeta Martinho, André Dias, Ansgar Schafer, António S. Viana, Aurélia Babi, Aya Koretzky, Beatriz Naranjo, Bruno Cabral, Bruno Lourenço, Carlos Barros, Carlos Coelho, Carlos Eduardo Viana, Carlos Manuel Rocha Morais, Catarina Alves Costa, Catarina Mourão, Catarina Saraiva, Catarina Simão, Claudia Berg, Cláudia Alves, Cláudia Maia, Daniel Blaufuks, Daniel Serra Pereira, Dina Ferreira, Gonçalo Tocha, Elias Luque, Ezequiel Silva, Fernando Carrilho, Fernando de Almeida, Fernando Vieiras, sHiroatsu Suzuki, Isidro Sangue, Joana Ascensão, Joana Pimenta, Joana Teixeira Pinto, João dos Santos, João Nuno Matos de Almeida, Jorge Campos, José Albuquerque Tavares, José Carlos Pires Dias, José Miguel Lameiras, Kristina Konrad, Leonor Areal, Leonor Noivo, Lisa Persson, Luciana Fina, Luis Brandão, Luis Correia, Luís Urbano, Luisa Homem, Manuel Mozos, Márcia Santos, Maria Antónia Fiadeiro, Maria Cecília Sapeta, Maria Daniela Rodrigues, Maria do Carmo Piçarra, Maria Helena Sapeta, Maria Inês Martins, Maria João Madeira, Mariana Liz, Mario Durrieu, Marisa Marques Fernandes, Marta Lança, Mathilde Gago, Miguel Clara Vasconcelos, Miguel Coelho, Monique Lignon, Mónica Gomes, Nikolai Grigorievitch Nekh, Nuno Morão, Patricia Pimentel, Paula Sapeta, Paulo Cabral, Pedro Marques, Pedro Rufino, Reinilde Jonlehout, Renata Sancho, Rita Graça Catarino, Rodrigo Silva Candeias, Rodrigo Peixoto, Rossana Torres, Rui Ascensão, Rui Ramos, Sebastião Braga, Sérgio Miguel Rosa Domingos, Sofia Sapeta Dias, Sónia Armengol, Susana de Sousa Dias, Susana Nascimento Duarte, Susana Nobre, Susana Santos Carnapete, Teresa Borges, Tiago Hespanha, Tiago Oliveira, Vasco Pimentel, Vitor Hugo Costa, Walter Tiepelmann
Direção
José Manuel Costa
Programação
José Manuel Costa, Nuno Lisboa e Ricardo Matos Cabo
Produção
Maria João Soares e Rita Forjaz
Assessoria de Imprensa
Marisa Cardoso
Fotografia do Cartaz
António Cunha
Design Gráfico
Oficina Grotesca e Manuel Costa
Gráfica
Ciência Gráfica
Assessoria Técnica (vídeo)
António Medeiros
Verificação de Cópias (película)
L. Gigante
Tradução Simultânea
Kevin Rose e Márcia de Brito
Legendagem Electrónica
Mariana Wallenstein
Projeção Película
Nuno Canhita e Paulo Nogueira (35mm), António Soares/Vídeovisão (16mm)
Projeção Vídeo
Open Space Studio
Fotógrafa
Marisa Cardoso
Apoio à Produção
Ana Cristina Almeida, Daniel Barros, Maria Remédio, Marina Guiomar, Marta Grachat, Marta Guerreiro, Sílvia das Fadas e Vítor Queiroz
Colaboradores
Ana Maria Camões, Cátia Guerreiro, Daniela Passinhas, Henrique Galado, Rita Afonso, Rita Piroleira e Telma Brás (Alunos da Escola Secundária de Serpa)
Motorista
Diogo Cordeiro
Textos de Apoio
Joana Frazão (Coordenação e Selecção) João Nisa, José Manuel Costa, Nuno Lisboa, Ricardo Matos Cabo (Selecção), Alberto Seixas Santos, Cristina Fernandes, Cyril Béghin, Frederico Ágoas, Inês Sapeta, João Nisa, Keja Ho Kramer, Nathalie Bourgeois, Pierre-Marie Goulet, Teresa Castro, Teresa Garcia (Textos originais) e Luís Miguel Correia (Grafismo)
Moderadores de Debates
Cyril Neyrat, José Manuel Costa, Nuno Lisboa, Pierre-Marie Goulet, Ricardo Matos Cabo e Teresa Garcia
Organização
Apordoc e Câmara Municipal de Serpa
Financiamento
Câmara Municipal de Serpa, Ministério da Cultura, Instituto do Cinema e do Audiovisual, Fundação Calouste Gulbenkian, Leader, FEOGA, Rota do Guadiana e Ministério da Agricultura
Apoios
Região de Turismo da Planície Dourada, Herdade do Esporão, Vinha de Defesa, Crédito Agrícola, Instituto Franco-Portugais, Alliance Française, Fundação Luso-Americana. CCDR Alentejo, Citroen, Delta Cafés, Arco Íris, Beja digital e Restaurante Molhó Bico
Parceiros
Fundação Europeia Joris Ivens, O Lírio Roxo - Associação Cultural, Palácio Ficalho e Escola Secundária de Serpa
Frederico Lobo
Filmes apresentados
Bab Sebta, 2008, 110 min
Leituras
A propósito de Bab Sebta, Frederico Ágoas
Nota de intenções, Pedro Pinho, Frederico Lobo
Inês Sapeta Dias
Filmes apresentados
Retrato de Inverno de uma Paisagem Ardida, 2008, 40 min
James Benning
Os seus primeiros filmes fundiram investigações "estruturalistas" sobre as relações som-imagem de cineastas como Michael Snow e Hollis Frampton, com um interesse pela narrativa e uma profunda sensibilidade à cor, luz e paisagem. Captou a atenção do mundo do cinema de vanguarda com 8 1/2 x 11 e 11 x 14. Filmados em cores vivas nas paisagens rurais e urbanas do centro-oeste de onde é nativo, esses dois filmes viriam a estabelecer o núcleo das suas futuras investigações formais. As estruturas rigorosas dos seus filmes - geralmente baseadas em sistemas numéricos - e os planos primorosamente compostos, refletem a sua formação como matemático, e os temas frequentemente autobiográficos descobrem as suas raízes na classe trabalhadora (um assunto raro para filmes de vanguarda) e seu compromisso de longa data com o activismo político. Enquanto os seus primeiros filmes se preocupavam principalmente com forma e narrativa, a partir dos anos 80 o seu trabalho começou a apresentar temas pessoais e elementos documentais, e a involver, cada vez mais, temas da história, memória e morte. American Dreams, Landscape Suicide e Used Innocence fornecem vislumbres de mentes de criminosos violentos por meio das suas próprias palavras, e tornam-se ainda mais terríveis com a decisão de Benning, de colocar os crimes nos seus contextos históricos e políticos em vez de julgá-los. Depois de se mudar para a Califórnia, na década de 90, Benning iniciou, com o aclamado Deseret, uma série de documentários experimentais investigando os efeitos da história e da política no oeste americano. Compostos quase inteiramente por paisagens, estes filmes relembram as suas primeiras experiências formais com o tempo e com o fora de campo, e são considerados por muitos como sendo os seus melhores. A principal inovação da sua obra - o uso da narrativa para explorar as possibilidades formais do cinema - provou ter uma enorme influência sobre uma série de cineastas experimentais e independentes. Ecos do seu estilo e estética de composição surgiram em publicidades desde os anos 70, e são reconhecíveis no trabalho de realizadores como Jim Jarmusch, Chantal Akerman e Rob Tregenza.
Filmes apresentados
One Way Boogie Woogie / 27 Years Later, 2005, 121 min
Casting a Glance, 2007, 80 min
Jean Breschand
Filmes apresentados
L'aménagement du Territoire, 2006, 45 min
Leituras
Notes sur le film, Jean Breschand
Paradis, Jean Breschand
Jean-Claude Rousseau
Filmes apresentados
La Vallée Close, 1995, 140 min
Une Vue Sur L'autre Rive, 2005, 24 min
Venise N'existe Pas, 1984, 11 min
Trois Fois Rien, 2006, 78 min
João Mário Grilo
Filmes apresentados
O Tapete Voador, 2008, 56 min
Leituras
O trabalho do sonho, Alberto Seixas Santos
João Nisa
Filmes apresentados
Nocturno, 2007, 27 min
Keja Ho Kramer
Keja Ho Kramer (1974, São Francisco), estudou artes plásticas, e é autora de várias obras de vídeo e exposições.
Filmes apresentados
The Sky Is My Ceiling, 2006, 11 min
Miguel Gomes
Filmes apresentados
Aquele Querido Mês de Agosto, 2008, 150 min
Leituras
Emportés par un fou, Philippe Azoury
Nota do realizador, Miguel Gomes
Sur le film, Jean-Pierre Rehm, Francisco Ferreira
Tragédie goguette, Jean-Philippe Tessé
Nicolas Philibert
Filmes apresentados
Retour en Normandie, 2006, 113 min
Leituras
Faire retour(s), Jean-Michel Frodon
Parole d’image, Eugenio Renzi
Pedro Pinho
Pedro Pinho nasceu em Maio de 1977. Estudou cinema na ESTC em Lisboa e na ENSLL, em Paris, entre 1999 e 2003. Frequentou os cursos de realização de cinema e de argumento da London Film School e da Fundação Calouste Gulbenkian, em 2005 e 2006. Realizou duas curtas-metragens em contexto académico, Perto (20004) e No Início (2005). Em 2008, concluiu Bab Sebta – um documentário co-realizado com Frederico Lobo sobre os tempos de espera dos migrantes nas cidades de fronteira ao Sul da Europa – que foi premiado no FID Marseille 2008, no Doc Lisboa 2008 e no Forumdoc BH 2009. Em 2009, funda a produtora Terratreme com Leonor Noivo, Luisa Homem, Tiago Hespanha, João Matos e Susana Nobre, onde tem colaborado como produtor, argumentista e director de fotografia, em filmes como Linha Vermelha de José Filipe Costa, Lacrau de João Vladimiro e A Fábrica De Nada de Jorge Silva Melo. Desde 2010, trabalha no filme As Cidades e as Trocas, co-realizado com Luisa Homem, sobre os fluxos económicos e as transformações de paisagem motivados pela indústria do turismo. Em 2013, a sua primeira média-metragem de ficção, Um Fim do Mundo, estreou no Festival de Berlim, e desde então tem sido mostrada em vários festivais internacionais, estando prevista a sua estreia em sala em Outubro 2013.
Filmes apresentados
Bab Sebta, 2008, 110 min
Leituras
A propósito de Bab Sebta, Frederico Ágoas
Nota de intenções, Pedro Pinho, Frederico Lobo
Sylvie Lindeperg
Filmes apresentados
Nuit et Brouillard – un film dans l’Histoire, (palestra)